Encontro da ABET debate terceirização do trabalho

Foi constatado o aumento dos trabalhadores terceirizados no setor de serviços, nos serviços domésticos, um crescimento da terceirização entre os trabalhadores que recebem um salário mínimo, a manutenção da grande diferença salarial entre os trabalhadores terceirizados e os trabalhadores diretamente contratados e uma maior rotatividade entre os terceirizados

Conforme tratamos em matéria do OTTs (ver aqui) a Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (ABET) tem realizado entre os dias 3 de agosto e 10 de setembro de 2021 de maneira virtual seu décimo sétimo encontro com o tema “Crises e horizontes do trabalho a partir da periferia”. O evento está ocorrendo em duas fases, sendo uma denominada de fase “Esquenta ABET” e a outra fase “Semana do Encontro da ABET”.

Com o tema “Crises e horizontes do trabalho a partir da periferia” o encontro tem se dado a partir de várias mesas e grupos de trabalhos e debates, com variados temas que dizem respeito aos trabalhadores e as trabalhadoras brasileiras.

No último dia 08 de setembro, ocorreu uma mesa que contou com pesquisadores e professores de todo o país com o tema “Reconfigurações do trabalho”, que tratou de maneira especial da terceirização do trabalho.

Em uma das apresentações da mesa, o Professor Pedro Henrique Evangelista Duarte tratou de seu estudo elaborado junto com Marcelo Sartorio Loural e Alanna Santos de Oliveira intitulado “Flexibilidade E Precarização: Uma Análise Da Terceirização E Do Trabalho Intermitente Em 2018 E 2019” que fez apontamentos importantes sobre a terceirização especialmente no período pós “reforma trabalhista”.

Em sua apresentação, o Professor Pedro Evangelista destacou alguns aspectos da terceirização nos últimos anos como na redução do emprego em grandes empresas, havendo um deslocamento importante para empresas menores prestadoras de serviços, incluindo empresas individuais (pejotização).

O estudo, que analisou dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) fez verificações importantes também como o aumento dos trabalhadores terceirizados no setor de serviços, nos serviços domésticos, um crescimento da terceirização entre os trabalhadores que recebem um salário mínimo, a manutenção da grande diferença salarial entre os trabalhadores terceirizados e os trabalhadores diretamente contratados e uma maior rotatividade entre os terceirizados.

A mesa contou também com a apresentação de outros quatro estudos que trataram de temas como o trabalho escravo, a expansão do trabalho intermitente e alguns estudos específicos como a Precarização social do trabalho do motorista rodoviário urbano na cidade de Salvador (BA) a as implicações para a saúde dos trabalhadores, tendo este trabalho sido apresentado pela pesquisadora Tássia Cristina Nascimento como fruto de sua dissertação de mestrado (ver aqui).

A mesa será em breve disponibilizada no canal de youtube da ABET (ver aqui) que está sendo atualizado com todas as mesas de debates e apresentações de trabalho do encontro, numa rica coletânea de vídeos e debates que valem a pena serem vistos, prestigiados e divulgados.

O OTTs segue como um observador atento deste evento que está dando contribuições importantes para a reflexão do mundo do trabalho, especialmente nestes tempos de alta precarização e ataque aos direitos dos trabalhadores.

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