Pesquisadores da pós-graduação em Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Trab 21 (Direito Trabalho no século XX1), produziram contundente nota técnica apontando inconsistências metodológicas gravíssimas no estudo financiado pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), em relação aos ganhos dos entregadores por aplicativos entregue à Cebrapa (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
O estudo da Amobitec aponta que os entregadores recebem em média R$ 3.039,00 por um jornada de trabalho de 40 horas semanais, porém, os pesquisadores da UFRJ avaliando o documento minuciosamente afirmaram que o rendimento destes trabalhadores na realidade fica entre R$ 480,00 e R$ 816,00, ressaltando ainda que um em cada quatro entregadores já sofreu um acidente de trânsito e que não há, para isso, uma política pública específica para ajuda ou auxilio destes trabalhadores.
A nota técnica do Trab21, aponta que há um erro no estudo da Amobitec porque os dados não dizem respeito a uma jornada de 40 horas semanais, mas sim a uma soma de 40 horas efetivamente gastas em corridas, não levando em conta o tempo que os entregadores ficam a espera dos chamados nas ruas durante o dia ou a noite, sob sol ou chuva e, como a base de cálculo da remuneração na pesquisa é o tempo em efetivo atendimento aos clientes, na prática, a remuneração média é bem menor do que foi divulgada, ficando abaixo do salário mínimo.
Com isso, as empresas de aplicativos iludem os trabalhadores com falsa sensação de liberdade e altos salários quando na realidade os entregadores estão pagando para trabalhar, além de manipular a opinião pública com estudos que, ao serem confrontados com instituições de renome, mostram-se sem fundamentos e que servem apenas para “inglês ver”.
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