O Ministério do Trabalho deve realizar nesta semana uma reunião com lideranças que organizam uma paralisação dos entregadores de aplicativo. O gesto foi bem recebido pelos motoboys, que articulam o ato para o próximo dia 25 em busca de melhores condições de trabalho.
BANDEIRA BRANCA
O encontro está previsto para ocorrer na terça-feira (17), em São Paulo. Além das reivindicações da categoria, deve ser discutida a proposta do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a criação de uma comissão dedicada à questão da regulamentação do trabalho por aplicativo —outra iniciativa vista com bons olhos pelas lideranças da paralisação.
BANDEIRA 2
A movimentação do governo minimiza o receio expressado por uma parcela dos motoboys autônomos. Eles temiam que a gestão petista dialogasse mais com centrais sindicais do que com aqueles que se consideram independentes.
LONGA ESPERA
Na avaliação de articuladores da paralisação, os principais aplicativos do mercado de entregas, por outro lado, não teriam dado uma reposta concreta desde que o breque foi anunciado. Eles cobram, por exemplo, reajuste da taxa de entrega, o fim de entregas duplas e triplas dentro de um mesmo trajeto e a criação de um fundo social para a proteção de trabalhadores.
MISTURA HETEROGÊNEA
Como mostrou a coluna, entregadores que organizam a mobilização querem evitar que a iniciativa seja confundida com manifestações bolsonaristas ou contrárias ao governo Lula.
AQUI, NÃO
Na semana passada, a Aliança dos Entregadores de Aplicativos (AEA) emitiu uma nota em repúdio aos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em que fez questão de distinguir os movimentos. “Caso alguém pense em fazer uso da nossa manifestação marcada para o dia 25 de janeiro como ato antidemocrático e terrorista, responderá pelos seus atos”, dizia.
Texto reproduzido da coluna de Mônica Bergamo, ver original aqui