Em tempos de pandemia a crise econômica e social que já vinha assolando o Brasil nos últimos anos ressalta ainda mais as desigualdades profundas que marcam o nosso país. No que diz respeito aos trabalhadores precarizados, como os terceirizados e os trabalhadores autônomos, a situação fica ainda mais gritante, pois estes trabalhadores acabam pagando a conta mais cara da crise com maior grau de exposição ao vírus e também a fome.
Reproduzimos a reportagem de Rodrigo Bertolotto que constata que o setor de cosméticos no Brasil tem crescido junto com um contingente de revendedoras sem vínculos trabalhistas. Assim como o estudo elaborado pelo economista Sammer Siman que publicamos no OTTS (ver aqui), a reportagem se baseia nos estudos de Ludmila Abílio, pesquisadora do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e autora de “Sem Maquiagem”, livro que aborda o setor e retrata a realidade de mulheres trabalhadoras que são tidas como “guerreiras”, “empreendedoras independentes” ou “batalhadoras” mas que, no mundo real, amargam a ausência de direitos e sofrem fortemente com a crise econômica.
No Brasil, são 4 milhões de revendedores do chamado sistema de vendas direta, com um volume de negócios da ordem de 45 bilhões de reais por ano, que representa 3,5% de todo comércio varejista do país. Destes 4 milhões de revendedores, 58% são mulheres, sendo que do mercado de cosméticos elas representam 90%.
Destas mulheres, 68% possuem entre 23 e 40 anos. São mulheres que amargam uma realidade de crise, para além da já dramática ausência de direitos.
Confira na íntegra a reportagem (ver aqui)